A pressão para aparentar compromisso com o bem-estar dos colaboradores e a responsabilidade social, essenciais para a imagem e sustentabilidade das empresas, levou algumas organizações a adotarem práticas superficiais conhecidas como well-washing e care-washing.
Este artigo explora essas práticas, seus impactos e como evitá-las, destacando como a CARE Global Partners, em parceria com entidades renomadas, promove o bem-estar genuíno e eficaz nas empresas.
Well-washing e care-washing: definições e contexto
O well-washing refere-se à prática de exagerar ou falsificar iniciativas de bem-estar para os colaboradores com o objetivo de aparentar um compromisso maior do que realmente existe. Na mesma linha, o care-washing traz essa prática para ações voltadas para a responsabilidade social.
Tanto o well-washing quanto o care-washing surgem em resposta à crescente demanda por transparência e responsabilidade das empresas, mas acabam resultando em estratégias de marketing enganosas, sem mudanças reais no ambiente de trabalho e trazendo efeitos opostos ao esperado.
Como reconhecer o well-washing e o care-washing
Para identificar se a sua empresa pratica well-washing e/ou care-washing, analise se ela apresenta alguma das seguintes características:
- Salas de descanso subutilizadas: o espaço é anunciado e comemorado, mas seu uso real é desencorajado no dia a dia.
- Falso equilíbrio entre vida pessoal e profissional: trazem discursos incentivadores desse equilíbrio, mas sobrecarregam os colaboradores na prática.
- Campanhas sem compromisso: ações de conscientização são realizadas sem compromisso real de longo prazo com a saúde mental.
- Eventos públicos sem recursos internos: palestras e eventos são promovidos, mas sem recursos adequados para proporcionar uma experiência enriquecedora.
Cases de well-washing e care-washing
Dois exemplos recentes ajudam a compreender como o well-washing e o care-washing ocorrem na prática. São eles:
- Enchentes no Rio Grande do Sul: Muitas empresas promoveram apoio superficial aos afetados, frustrando as expectativas das vítimas e prejudicando sua imagem corporativa.
- Pandemia da Covid-19: Organizações anunciaram iniciativas de bem-estar, como aulas de yoga online e grupos de corrida, sem realizar triagens clínicas para reconhecer problemas mais graves decorrentes do isolamento – como a ansiedade e a depressão, exacerbadas pelo isolamento físico e social, que requeriam uma abordagem mais profunda e contínua.
Impactos negativos do well-washing e care-washing
Embora o objetivo seja a melhoria do bem-estar dos colaboradores e o engajamento em ações de responsabilidade social, o well-washing e o care-washing trazem efeitos contrários para as corporações. Entre os impactos negativos, verifica-se:
- Erosão da confiança: colaboradores e consumidores deixam de confiar nas ações da empresa por não enxergarem coerência entre discurso e prática.
- Desvalorização de iniciativas genuínas: ações autênticas de colaboradores deixam de acontecer e são prejudicadas, gerando desmotivação no time.
- Prejuízo da saúde mental: a pressão por manter as aparências e a impressão de que está tudo bem pode levar a picos de estresse e ao desenvolvimento de burnout em colaboradores.
- Consequências legais e reputacionais: problemas legais podem surgir, levando a danos à reputação.
Como evitar práticas de well-washing e care-washing
Para que as empresas sejam verdadeiramente responsáveis, é necessário investir em programas autênticos e contínuos que promovam um ambiente de trabalho saudável e sustentável. A verdadeira mudança exige um compromisso genuíno e ações concretas.
Embora aplicativos, serviços, treinamentos e coaching possam contribuir para o bem-estar, prosperar em escala só acontece quando se constrói uma verdadeira cultura de bem-estar. Isso envolve uma estratégia de longo prazo, a definição de KPIs adequados, treinamento para líderes e a promoção consistente dos comportamentos desejados por toda a organização, do topo à base.
Aqui estão cinco passos essenciais para evitar o well-washing e care-washing:
- Meça o bem-estar: utilize métricas para avaliar o bem-estar dos colaboradores e identifique áreas de melhoria.
- Aja e atente-se a feedbacks: ouça sua equipe e proponha soluções com base em suas necessidades reais.
- Garanta um programa robusto de saúde mental: crie políticas e diretrizes eficazes, ofereça treinamento e forneça recursos contínuos.
- Comunique expectativas com a gestão: transparência é essencial. Informe os funcionários sobre os objetivos e resultados das iniciativas de bem-estar.
- Invista em uma cultura de mudança e bem-estar autêntico: promova uma cultura de bem-estar norteada pelo exemplo, integrando o bem-estar em todas as áreas da empresa.
Atenção às armadilhas
A recente Lei nº 14.831, de 27 de março de 2024, que institui o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, pode inadvertidamente incentivar práticas de well-washing e care-washing.
Optar por soluções superficiais ou seguir tendências momentâneas pode levar a iniciativas que não melhoram índices de absenteísmo, presenteísmo ou riscos psicossociais.
Por isso, é crucial que gestores estejam atentos ao escolher fornecedores e ao implementar ações de qualidade de vida por conta própria, evitando modismos que chamam atenção, mas não impactam a realidade das equipes de forma efetiva.
Como apoiar a saúde mental dos colaboradores
Com o recente reconhecimento de burnout, ansiedade e depressão na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT), a saúde mental dos colaboradores se torna um assunto inadiável para as empresas.
Por isso, investir em programas de saúde mental bem assistidos e em acompanhamento clínico é a chave para garantir que as condições sejam tratadas de forma eficaz e que o suporte oferecido realmente faça a diferença na vida dos colaboradores. Além disso, é fundamental a implementação de programas e recursos bem estruturados para identificar tendências, gerar relatórios e fornecer o suporte necessário às equipes.
É importante lembrar que casos de ansiedade, depressão, burnout e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) exigem intervenção profissional especializada.
Embora iniciativas visíveis, como palestras de especialistas renomados, possam chamar a atenção, elas são insuficientes se não forem acompanhadas de um suporte contínuo e efetivo.
Gestos grandes e visíveis, como convidar um palestrante super conhecido para falar sobre burnout, mas não ter condições de responder à pergunta do time: “Para onde posso recorrer se estou me sentindo esgotado?”
Como começar?
A dica mais simples e eficaz é começar pela base: pergunte às pessoas com quem você trabalha “Como você está?” – e, mais importante, ouça a resposta com atenção e empatia.
A equipe da CARE também pode lhe ajudar. Com mais de 24 anos de experiência no Brasil e um compromisso validado por parcerias internacionais de renome, como a Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), a Employee Assistance Professionals Association (EAPA) e a European Association for Employee Assistance (EAEF), a CARE Global Partners entrega mais do que promessas. Nossas parcerias reforçam nosso compromisso com práticas autênticas e eficazes de bem-estar corporativo, fornecendo suporte contínuo e eficaz para ajudar empresas a construir ambientes de trabalho saudáveis e sustentáveis.
Na CARE, investimos em programas robustos e contínuos de qualidade de vida, garantindo que nossas iniciativas de bem-estar sejam genuínas e impactem positivamente a saúde mental e o ambiente corporativo. Entregamos Compaixão, Afeto, Respeito e Empatia, valores que assinam nosso nome – CARE.
Estamos aqui para ajudá-lo a construir um futuro mais saudável e produtivo.
Este artigo foi preparado com dedicação pela CARE Global Partners.
Referências: