O Pix revolucionou as transferências bancárias no Brasil, tornando as transações mais rápidas, práticas e acessíveis. No entanto, essa facilidade também atraiu criminosos, que passaram a aplicar golpes via Pix com métodos cada vez mais elaborados.
Segundo o Banco Central, as fraudes envolvendo o Pix aumentaram significativamente nos últimos anos, o que motivou ações mais rigorosas de bancos e autoridades.
Mas afinal, o que são os golpes via Pix, como se proteger e o que fazer se, infelizmente, você cair em um? É exatamente isso que vamos explicar a seguir.
O que são golpes via Pix?
Golpes via Pix são fraudes em que criminosos induzem a vítima a fazer uma transferência imediata de dinheiro para uma conta falsa. Os golpistas usam táticas cada vez mais sofisticadas, como perfis falsos de empresas, QR Codes clonados, links de phishing e até engenharia social com informações pessoais da vítima.
Exemplos comuns de golpes
- Sequestro relâmpago com exigência de Pix imediato.
- Falsos atendentes de banco pedindo “validação de dados”.
- Promoções falsas enviadas por WhatsApp ou SMS.
- Pedidos de ajuda de amigos e familiares com contas clonadas.
Como evitar cair em golpes via Pix?
Prevenir ainda é o melhor caminho. Para isso, atenção e boas práticas digitais são fundamentais.
Dicas práticas de proteção
- Confirme os dados do destinatário antes de qualquer transferência.
- Desconfie de mensagens urgentes, emocionais ou com pressão de tempo.
- Jamais clique em links suspeitos enviados por redes sociais, e-mails ou SMS.
- Evite expor informações pessoais online, principalmente em redes sociais.
- Use autenticação em dois fatores nos seus aplicativos bancários.
- Crie senhas fortes e exclusivas para apps financeiros.
Além disso, sempre inicie o contato com seu banco ou empresa por canais oficiais. Se receber uma ligação inesperada, desligue e retorne através dos números disponíveis no site da instituição.
E se você cair em um golpe?
Aja rapidamente
Se você suspeitar que foi vítima de um golpe via Pix, o primeiro passo é agir sem demora:
- Comunique imediatamente seu banco e solicite o bloqueio do valor via Mecanismo Especial de Devolução (MED).
- Registre um boletim de ocorrência, mesmo que online.
- Reúna provas relevantes, como prints de conversas, números de telefone e os dados de quem recebeu a transferência.
- Informe o caso ao Banco Central e também à Febraban, que monitoram e apoiam ações contra fraudes.
Medidas de proteção estão sendo reforçadas
Nos últimos meses, o Banco Central, em parceria com a Febraban, intensificou os esforços para combater fraudes.
Responsabilidade ampliada dos bancos
- Os bancos passaram a ter responsabilidade solidária em casos de fraudes.
- Foi criado um sistema nacional de bloqueio de valores, com base em suspeitas de golpe.
Uma nova funcionalidade para reembolso de vítimas
O que muda a partir de outubro de 2025
A partir de 1º de outubro de 2025, entra em vigor a normativa BCB nº 589, que exige que os bancos incluam uma função de autoatendimento nos aplicativos. Essa nova ferramenta permitirá:
- Solicitar devoluções sem precisar acionar outros canais.
- Registrar reclamações diretamente na interface do Pix;
Evolução do Mecanismo Especial de Devolução (MED)
Essa novidade representa uma evolução do MED, ferramenta criada em 2021 para viabilizar a devolução de valores em casos de:
- Fraude comprovada, quando o usuário é induzido ao erro;
- Falhas operacionais cometidas pelas instituições financeiras.
Com a nova medida, será possível denunciar transações suspeitas diretamente na interface do Pix. Caso a fraude seja confirmada, o banco recebedor poderá bloquear os recursos e devolvê-los ao pagador.
Importante: erros do usuário não são cobertos
Se o erro for do próprio pagador — como digitar a chave Pix errada — a devolução não é automática. A proteção é válida apenas para casos de fraude ou erro bancário.
Mais visibilidade ao recurso
A normativa também determina que o botão do MED seja claramente visível nos aplicativos bancários, facilitando o uso por qualquer cliente e aumentando a confiança no sistema.
Golpes via Pix aumentaram — mas a prevenção também
De acordo com a Febraban, os golpes via Pix cresceram mais de 70% em 2023. Mesmo assim, novas medidas vêm sendo implementadas para mitigar os riscos.
Atenção aos sinais de alerta
Para se proteger, observe:
- Mudanças no tom de quem faz um pedido;
- Erros gramaticais e ortográficos nas mensagens;
- Pressa exagerada ou insistência em manter segredo.
Se isso acontecer com você, não se cale
Sentir culpa ou vergonha é comum, mas cair em um golpe não é sinal de fraqueza. Golpistas exploram vulnerabilidades emocionais e tecnológicas.
Falar é um ato de proteção
Por isso, se isso acontecer com você, não esconda. Falar sobre a experiência pode alertar outras pessoas e impedir que se tornem vítimas também.
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Conclusão — Pix é seguro, desde que usado com atenção
O Pix é uma ferramenta segura e eficiente, mas exige uso consciente. Manter-se atualizado, desconfiar de abordagens suspeitas e agir com rapidez são atitudes fundamentais.
Se o pior acontecer, lembre-se: você não está sozinho. Há mecanismos de devolução, suporte dos bancos e um sistema em constante evolução para te proteger.
Este conteúdo foi elaborado com carinho pela equipe da CARE Global Partners, sempre comprometida com o bem-estar e a proteção financeira sua e daqueles que você ama.