O Dia Mundial sem Tabaco é comemorado todos os anos em 31 de maio. Ele é um reforço para lembrar que parar de fumar interrompe um hábito profundamente prejudicial à saúde.
No entanto, largar o cigarro pode ser muito difícil para algumas pessoas. Nesse sentido, pode ser necessária não só muita persistência, como ajuda especializada. Mas para quem persegue esse objetivo, há diversas estratégias que ajudam a superar essa jornada.
Os malefícios do cigarro no corpo
Fumar prejudica praticamente todos os órgãos, aumentando o risco de doenças respiratórias, cardiovasculares e câncer. Além disso, reduz a capacidade pulmonar, acelera o envelhecimento da pele e afeta o bem-estar emocional.
Na prática, o tabagismo (ato de fumar) é o principal fator de risco modificável (ou seja, que pode ser mudado mediante ações individuais) para uma série de complicações de saúde.
Apenas como referência, vale ressaltar que cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão estão relacionados a esse mau hábito, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer. No Brasil, esse é o terceiro tipo de tumor mais comum entre homens e mulheres, com mais de 40 mil novos diagnósticos ao ano.
Ainda que a mensagem sobre o quanto o cigarro é maléfico seja clara, não é fácil cessar as tragadas. Muito disso se dá por conta da dependência da nicotina, uma das substâncias presentes no tabaco.
Apesar de legalizada, ela é extremamente viciante. A partir do momento em que o organismo se habitua à sua presença, deixá-la de lado é bastante desconfortável. Isso torna mais difícil interromper o consumo do item.
Cigarro eletrônico também é cigarro
O alerta deve se voltar igualmente aos dispositivos eletrônicos para fumar, conhecidos popularmente como vapes. Eles têm sido cada vez mais usados como alternativa ao cigarro tradicional.
No entanto, além de vetados no mercado nacional, as evidências vêm mostrando que podem ser tão perigosos, ou mais danosos, quanto o cigarro convencional.
Tal opção está associada a problemas respiratórios, doenças cardiovasculares e potencial aumento do risco de câncer em ritmo ainda mais acelerado. Acredita-se que a presença de substâncias químicas tóxicas nos líquidos dos cigarros eletrônicos seja responsável por danos significativos à saúde.
Por que parar de fumar?
Mesmo quem fuma há muito tempo deve ter ciência de que a interrupção do tabagismo é capaz de gerar benefícios que começam instantes depois da última tragada. Entre alguns deles estão:
- A pressão arterial e batimentos cardíacos começam a se estabilizar 20 minutos depois do último cigarro.
- Após 2 horas, não há mais nicotina no sangue.
- Em 8 horas, a oxigenação no organismo se normaliza.
- Com 24 horas, os pulmões já começam a funcionar melhor.
- Com 2 dias, olfato e paladar ficam mais apurados.
- Em 1 ano, o risco de um infarto cai pela metade.
- Em 10 anos, a chance de ter um problema no coração ou um câncer de pulmão reduz significativamente, ficando próximo daqueles que nunca fumaram.
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Quanto o cigarro custa para o seu bolso?
Se a saúde não fosse motivo suficiente para interromper o vício, o cigarro também pesa no orçamento. Pela legislação, um maço com vinte cigarros custa, no mínimo, R$ 6,50 no Brasil. Em uma conta simples, quem fuma um desses por dia acaba desembolsando:
- R$ 195 em um mês.
- R$ 2.372 em um ano.
- R$ 23.720 em dez anos.
- R$ 71.175 em trinta anos.
Com essa lista de valores é possível ter uma noção do que poderia ser feito com o dinheiro que é queimado diariamente.
As principais estratégias para parar de fumar
Além da dependência da nicotina, deixar o cigarro é difícil por se tratar de algo relativamente aceito pela sociedade e amplamente disponível. De qualquer maneira, as dicas abaixo ajudam a enfrentar isso:
- Escolha uma data para a interrupção completa ou faça isso de maneira gradual, diminuindo o número de cigarros a cada dia (adiar a primeira tragada depois de acordar pode ajudar nisso).
- Identifique gatilhos e situações associadas ao tabaco (tomar café, ficar sentado à mesa depois das refeições).
- Conte com apoio de amigos, familiares e grupos de suporte, o que costuma fazer toda a diferença, inclusive para evitar a exposição ao fumo.
Nos casos em que a cessação do hábito por conta própria for muito difícil, talvez seja o caso de procurar ajuda profissional. Médicos e psicólogos são capazes de recomendar tratamentos (com medicamentos e terapia) com essa finalidade.
Como atravessar os primeiros dias e semanas sem cigarro?
Lidar com a abstinência pode ser difícil, mas existem alternativas eficazes que podem ser testadas até esse período ser superado. Elas incluem:
- Adotar técnicas de relaxamento, que vão desde exercícios de respiração até meditação.
- Investir em atividades físicas regulares, que ajudam a distrair e aliviar a ansiedade. Qualquer coisa vale: caminhar, subir escadas ou passear com o pet.
- Dedicar tempo a atividades que tirem o foco da vontade de fumar (arrumar a casa, cozinhar, ler etc.).
- Encontrar distrações para as mãos (canetas, chaveiros etc.) e boca (chiclete sem açúcar ou cubos de gelo, por exemplo).
- Reforçar a hidratação, o que fornece um alívio para parte dos incômodos relacionados à abstinência.
Parar de fumar é desafiador, mas estabelecer e cumprir essa meta é absolutamente positivo para a saúde e a qualidade de vida, no curto, no médio e no longo prazo. Cada dia sem cigarro deve ser visto como uma vitória, sem nunca dispensar a busca por apoio quando necessário.
Este conteúdo foi elaborado pela equipe da CARE Global Partners, sempre pensando no seu bem-estar e no cuidado com quem você ama.