O que é LGBTfobia e por que combatê-la é urgente
A LGBTfobia é uma forma de violência que ultrapassa o preconceito. Ela resulta em mortes, exclusões e sofrimento psicológico contínuo para quem ousa viver sua identidade de forma autêntica.
Dados que chocam: como a LGBTfobia no Brasil tirou 291 vidas em 2024
Em 2024, a LGBTfobia no Brasil matou 291 pessoas LGBTQIAPN+, evidenciando o caráter sistêmico e recorrente dessa violência. Isso representa uma morte a cada 30 horas. Assim, o país segue, infelizmente, liderando o ranking global desse tipo de crime.
Porém, esses números alarmantes são apenas a ponta do iceberg. Por trás deles, há um sistema de violência estrutural que se manifesta não só por meio de agressões físicas, mas também em exclusões sociais, institucionais, simbólicas e emocionais.
LGBTfobia não é só agressão física: entenda a violência estrutural
LGBTfobia é, antes de tudo, a rejeição, o preconceito e, em muitos casos, a violência direcionada a pessoas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero. No entanto, além das agressões físicas — que infelizmente ainda ocorrem —, essa violência também se manifesta de forma sutil e cotidiana. Por exemplo, ela aparece em piadas disfarçadas de humor, em olhares carregados de julgamento, em portas que se fecham silenciosamente e, sobretudo, na omissão de quem escolhe não se posicionar.
Portanto, mais do que evitar a agressão direta, é essencial romper ativamente com a cultura do preconceito — seja nas palavras, nas atitudes ou nos silêncios que perpetuam a exclusão.
Impactos da LGBTfobia na saúde mental e na vida social
Viver sob constante ameaça afeta profundamente a saúde emocional. Esse cenário provoca o chamado estresse de minoria, que compromete o bem-estar de forma duradoura. Entre os principais impactos, estão:
- Ansiedade, depressão e insônia, que comprometem a qualidade de vida;
- Isolamento social, causado pelo medo e pela rejeição;
- Maior risco de suicídio, especialmente entre jovens LGBTQIAPN+.
Apesar da criminalização da LGBTfobia no Brasil desde 2019, a impunidade ainda prevalece em muitos casos. Por isso, precisamos continuar atentos, atuantes e solidários.
17 de maio: um chamado contra a LGBTfobia
Neste 17 de maio, não basta lembrar: é necessário agir. Respeito não é opinião — é compromisso ético e legal. Ser um aliado não significa falar por alguém, mas sim garantir que essa pessoa possa falar com segurança e sem medo.
Portanto, cada gesto, cada palavra e cada posicionamento conta.
Promover respeito à diversidade é um ato de cuidado
Tratar o outro como gostaríamos de ser tratados não é apenas uma lição antiga — é uma prática transformadora. Promover o respeito à diversidade é cuidar da vida. E esse cuidado se expressa no cotidiano: em como escutamos, como acolhemos e como nos posicionamos.
Sempre que optamos pelo silêncio diante da LGBTfobia, também estamos, ainda que indiretamente, reforçando uma cultura de violência.
Como ser parte da mudança: atitudes práticas
Quer contribuir de forma concreta? Então adote atitudes que realmente fazem a diferença:
- Primeiro, busque informações confiáveis sobre diversidade, equidade e os direitos da população LGBTQIAPN+.
- Depois, confronte falas ou atitudes preconceituosas — mesmo quando surgem em tom de “brincadeira”.
- Em seguida, respeite sempre o nome, o pronome e a identidade de gênero com os quais cada pessoa se identifica.
- Além disso, evite fazer suposições, reforçar estigmas ou aplicar rótulos limitantes.
- Por fim, apoie ativamente iniciativas e políticas que promovam inclusão e segurança em todos os espaços, especialmente nos ambientes social e profissional.
Em resumo, romper com a LGBTfobia no Brasil exige que cada pessoa se envolva de forma ativa, se posicione com clareza e invista continuamente em educação e empatia.
Cuidar também é se posicionar contra a LGBTfobia
A LGBTfobia não é apenas um problema de quem a sofre. Ela é, sobretudo, um reflexo de uma sociedade que muitas vezes escolhe se calar diante da dor alheia. Por isso, neste 17 de maio, convidamos você a ver com empatia, ouvir com atenção, acolher com respeito e agir com coragem.
Cuidar é romper o silêncio. É construir um compromisso com a vida, com a dignidade e com a inclusão de todos.
Como denunciar LGBTfobia no Brasil e buscar apoio
Se você presenciar ou sofrer uma situação de LGBTfobia, existem formas seguras e eficazes de denunciar:
Denúncias pela internet
Acesse new.safernet.org.br/denuncie e preencha o formulário anônimo. O site recebe denúncias de crimes e violações contra os Direitos Humanos cometidos na internet.
Delegacias físicas
Qualquer delegacia tem o dever de atender vítimas de crimes contra pessoas LGBTQIAPN+. Ao registrar o boletim de ocorrência, procure reunir testemunhas e provas, se possível.
Telefones úteis
- 190 – Canal da Polícia Militar para emergências. Atendimento 24h.
- Disque 100 – Canal da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. Atendimento 24h.
CARE e o compromisso com o combate à LGBTfobia
A CARE Global Partners oferece escuta, orientação e acolhimento com base em valores humanos fundamentais, contribuindo para um ambiente mais seguro diante da realidade da LGBTfobia no Brasil
Se você é colaborador ou familiar de uma empresa que conta com os serviços da CARE, pode acessar o Programa de Apoio ao Empregado (EAP). Com total sigilo e acolhimento, nosso time está disponível para escutar, orientar e apoiar com respeito e empatia.
Este conteúdo foi desenvolvido pela equipe da CARE Global Partners, com compromisso com o bem-estar, a empatia e o respeito à diversidade.